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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Lembranças do cachorro

Meu novo companheiro Magoo (2010) que certamente será coadjuvante da formação de minhas lembras futuras (boas e más)

Lembranças

O que faz a vida ser palpável, são as lembranças. Elas que nos dão prumo, rumo. Tenho arrepios de pensar que hoje muitas pessoas não às tem, pois as que tiveram foram negativas e portanto excluídas de suas memórias a duras penas. Sem memórias boas ninguém consegue o trivial da existência.
Minhas lembranças são as mais ternas que o limite, se é que ele existe, pode alçar semelhante a sonhos. Como me felicito em tê-las.
Do cachorro querido quando menino, chamado Mimo, tenho muitas. As manhãs de criança eram sempre inauguradas com a entrada de Mimo no quarto, que afobado, saltitante e feliz pulava em nossas camas para nos acordar com lambidas. Como era bom acordar com o Mimo sobre o cobertor somado à doce voz da Dona Serena, minha avó.
Pois bem, o mesmo Mimo, meu cãozinho amado, era coadjuvante de uma cena inóspita, onde meu velho pai Alberto lhe acariciava com ternura dizendo: macaco...macaco feio...
A bolinha de Tênis jogada para o Mimo, seu latido indicando que meu pai chegava do trabalho, o carinho da família com ele, tudo isso está vivo em minhas memórias mais ternas.
Hoje sei bem que essas memórias não são fortes apenas pelo Mimo, mas pelo contexto de uma família que se amava tanto, que sobrava afeto até para o cãozinho! Eita cachorrinho sortudo de ter nascido entre os Bartoli!
Mas Mimo pegou Sinomose, cruel doença sem chance aos caninos. Meu pai, teve câncer, cruel doença aos humanos. Tudo que é sólido desmancha no ar, menos as lembranças.

Estevan Bartoli
  

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