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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Para quem escrevi meu livro?

 Esse livro é destinado aos jovens. Os mesmos jovens alvos de campanhas de cigarros e bebidas, a faixa etária em que esse tipo de consumo mais cresce. Jovens, precocemente assumem paternidade, precocemente os que mais morrem no trânsito. Jovens, maiores vítimas de armas de fogo, de DST. Mulheres jovens, o maior aumento de HIV.
  Alvos da ditadura da estética onde magreza é obrigatória, vivem num país cada vez mais obeso. Alvos do consumismo fundamentalista,vivem sob o desemprego e subemprego. Alvos da felicidade agora, a todo instante, vivem sob o quadro do medo e da violência pura e simples. Contradições. O que se impõe não se oportuniza facilmente, e o resultado é catastrófico.
Salvem as baleias, o mico leão, e o peixe boi!!!  Não. Salvem os jovens.
O gasto do mercado de jogos eletrônicos é bilionário, tão grande que engoliu, envolveu, interagiu completamente com o jogador, fazendo-o parte do jogo.E o gasto com material didático para jovens ?
  Eis o desafio, material didático para jovens, que os engula, que os envolva, interaja com o leitor completamente... Mas que o deixe livre, consciente, atuante e envolvido.    
  É preciso enxergar o jovem como realidade específica, que demandam políticas específicas, esforços específicos. É urgente situar o jovem, orientar, não moralmente como rezam as cartilhas (orientação sexual, no trânsito, moral, etc...), mas uma orientação utópica e libertária, que os façam donos e agentes de seus destinos. Utópicas? Sim, Utopia. Sem utopia ninguém abre os olhos ao amanhecer! Quem não é utópico?
  Para isso serve a geografia, para apreendermos o espaço como elemento central nas estratégias de rumos alternativos, para criarmos espaços abertos ao livre uso e deleite de todos! Espaços de esperança, como defende David Harvey, e a Amazônia é laboratório da criação de novos espaços, que permitam a execução de uma das idéias centrais de Castoriadis: a realização da autonomia plena.
  Meio, produto e condição das relações sociais, os espaços de utopia necessitam de agentes capazes de criá-los. Arquitetos rebeldes, eis a sina de todo jovem que se situa e usa a geografia com maestria e leveza. Eis a chance de canalizar o ethos da virilidade da adolescência para os mais nobres fins: a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. Eis o momento raro que a jovem Amazônia não pode desperdiçar: formar massa crítica, atuante e combativa.
  Fica com esse livro , a contribuição de um professor que deseja e trabalha, convicto que uma outra Amazônia é possível.

Obrigado.
Estevan Bartoli
   

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