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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O caso do manganês no Amapá

Descoberta a enorme jazida de manganês em 1945 na Serra do Navio, a primeira experiência empresarial de mineração na Amazônia ocorreu no Amapá. Após licitação internacional, a concessão de lavra ocorreu em 1953, onde a vencedora foi a empresa ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S.A) formada por capitais nacionais (51%) e estrangeiros, representados pela norte-americana Bethlehem Steel.
O manganês é um minério estratégico pois usado na fabricação do aço, possui propriedades inoxidáveis, e em plena Guerra Fria, controlar seus jazimentos e exploração era de suma importância aos EUA.
Após décadas extraindo o manganês da Serra do Navio para o porto de Santana em Macapá, a empresa norte-americana abandonou o consórcio em 1998 frente ao iminente esgotamento que o minério vinha apresentando nas reservas do Amapá, deixando impactos ambientais e sociais enormes, devido às imensas crateras escavadas, e pela massa de desempregados. A recuperação da área era obrigatória e não foi cumprida pela empresa, que reabilitou pouco mais de 50 % da área de concessão.
Hoje, a cidade da Serra do Navio encontra-se abandonada, com um custo social e ambiental que certamente não foram computados no preço do manganês que deixou o Brasil, e certamente não irá pagar os prejuízos causados pela péssima gestão dos recursos minerais na Amazônia.
Esse caso emblemático fica de lição para as futuras áreas a serem licenciadas na Amazônia, passiveis de altos impactos ambientais e baixa capacidade de melhorar a qualidade de vida das populações locais.

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